sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

bom conselho

Ao começar o dia, não esquece de arrumar o resto da vida. Esconde o que não agrada atrás da cortina, embaixo do tapete, ou dentro daquele baú que ninguém olha. Varre, empurra, vai. Eu não te julgo, todo mundo faz, e eu nem quero saber o que é escondido. Nunca quis.
Mas além de tirar de vista o que é desagradável, o que não te deixa dormir, também esquece. Esquece de vez, porque nem vale à pena esconder se vai ficar na lembrança. Não esconda como uma mentira, esconda como um lapso de memória, que não o é, mas ninguém precisa saber. Disfarce bem seus esconderijos e seus respectivos conteúdos. Espere que nunca ninguém descubra.
Estou falando sério. Por que fingir que ninguém faz isso? Por que mandar todo mundo ser honesto e transparente? Aliás, palavra esta que está na moda ultimamente. Todo mundo é transparente. E desde quando isso virou qualidade?!
Pois, tudo, tudo é substituível. Inclusive os incidentes desagradáveis que insistem em nos encher a memória e fazem a cabeça pesar. Tudo pode ser mascarado pela magia da memória, que sempre é idealizada.
Existem coisas que são melhor tratadas se dessa forma. Por que sofrer inúmeras vezes através de lembranças de um mesmo episódio? Os escudos servem pra resguardar o que não conseguimos proteger sozinhos.
Esquece. Eu esqueço. Memória seletiva e essas coisas. Esquece tudo. Me esquece. Eu me esqueço. Passa. Eu passo.

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